O mundo da Educação na sociedade da Informação

O mundo da Educação na sociedade da Informação

O mundo da educação na sociedade da informação

Introdução

Falando em padrões de aprendizagem que permitem o acesso do aluno a qualquer recurso educativo através de quatro redes, nos aproximamos a uma definição das possibilidades actuais que as TIC oferecem à educação de acordo com as teorias de Illich (1970).
Depois de quase 40 anos, algo parecido é o que estamos começando a ver no panorama das telecomunicações: imensas possibilidades de acesso aos recursos de aprendizagem pelos usuários, muitas instituições que oferecem os seus recursos, oportunidade de inter-relação, grandes catálogos e bases de dados, quase ilimitadas e possibilidades de expressão e intercâmbio.
O desenvolvimento de redes de comunicação, o crescimento das redes de serviços integrados, a proliferação de comunicações por satélite e os avanços na compressão e transmissão de dados tornam possível o acesso cada vez mais fácil e rápido à informação.
É importante reter a ideia de que, a disponibilidade e acessibilidade à informação não pressupõem nenhuma educação para melhorar os aspectos básicos de comunicação e o processo de aprendizagem. Estamos, portanto, a enfrentar mudanças importantes que afectam fortemente as diferentes áreas de formação, como por exemplo: ambientes de aprendizagem, criação e produção de materiais de aprendizagem, os sistemas de informação e sua distribuição bem como os sistemas de comunicação educativa.
Assim, para esta temática, temos traçado alguns objectivos que poderão conduzir a nossa aprendizagem bem como a própria reflexão quanto ao uso das TIC no mundo educativo.

 

Objectivos

  1. Definir um quadro de referência na aplicação das TIC aos processos educacionais que servem de apoio no desenvolvimento de aspectos mais específicos dos temas seguintes.
  2. Ter em mente o conceito de aprendizagem ao longo da vida e como as TIC podem auxiliar no seu desenvolvimento.
  3. Introduzir o conhecimento de comunidades virtuais como um exemplo de colaboração e criação de conhecimentos, bem como mudanças de ambientes que as TIC produzirão no processo de aprendizagem.

De modo a completar estes objectivos nos centraremos nos seguintes pontos:

  1. Definir a relação entre as TIC e as novas necessidades educacionais.
  2. Analisar as crenças e mitos das TIC, que por vezes, contribuem para confundir o papel que elas têm como factores do processo formativo no desenvolvimento da nova sociedade.
  3. Definir as experiencias das comunidades virtuais, proporcionando experiencias de colaboração na criação de conhecimento, partilha de boas práticas, etc.
  4. Introduzir novos ambientes de aprendizagem.


As TIC e as novas necessidades educativas

Um dos grandes desafios das TIC é atender às novas necessidades educacionais devido a evolução da sociedade e das próprias TIC, assim como a antecipação das necessidades educativas a surgir.
A disseminação da Sociedade da Informação e as possibilidades oferecidas pelas TIC na educação fazem com que surjam novos usuários –alunos com   novas relações, com o saber e com novas práticas de  aprendizagem que se vão adaptando à medida em  que os mesmos ambientes de aprendizagem vão mudando.

No futuro, a recolha e organização da informação se tornará numa actividade vital e dominante para muitas pessoas.
Alcançar este tipo de pessoas que são flexíveis para se adaptar às situações de mudança contínuo em resposta aos desafios que a evolução da tecnologia, cultura e sociedade impõe dependerá da implementação das actividades educacionais em curso, relacionadas com o uso, selecção, utilização e organização de informações para que o aluno se forme como um cidadão maduro da sociedade da Informação.

Para isso devemos considerar as TIC e sua relação respeitando os seguintes aspectos:

  •       O campo da educação
  •       Os distintos níveis da educação formal
  •       A formação ao longo da vida

 

O campo  da educação


As referências da Sociedade da Informação estão em grande medida fora do âmbito educativo ( pelo menos no contexto educativo formal), em política, lazer,economia.

 Assim:

 Enquanto a educação formal até agora tem identificado os principais eixos políticos da formação da sociedade, na era do conhecimento, o espaço informal (entretenimento, etc.) está retornando para quebrar as barreiras espácio-temporal através de novas dimensões que as tecnologias oferecem.

 Podemos considerar novos horizontes do espaço digital, do Ciberespaço: parques temáticos, museus virtuais, filmes digitais, videogames e muito mais., já que incorporam uma componente importante de conteúdos (informação) que podem contribuir para construção de conhecimentos.

 Se paralelamente a isto, considerarmos que os sistemas educativos têm uma tendência clara no sentido de informatização, todos os exemplos que acabamos de mencionar se convertem automaticamente em  potenciais elementos  para adquirir conhecimentos.

Qualquer acesso a informações pessoais na Internet (em casa, a curiosidade, busca de informações, aprendizagem específicas empreendidas para a satisfação pessoal, etc.) tem efeitos importantes na aprendizagem.

No entanto, é importante realçar a ideia de que a mesma aprendizagem deve ser guiada, filtrada en regulada em funçao dos objectivos estabelecidos pelos sistemas de ensino ou padrões morais.
Portanto, o alcance da aprendizagem informal desenvolvida através de Internet deve ser  um importante foco de atenção. Em essência, inclui o uso dos recursos que estão disponíveis online em processos de aprendizagem autónomos: contactos e intercâmbios com pessoas (especialistas, colegas...),  o acesso aos arquivos das instituições formativas, participação  em grupos de discussão moderados ou não... bem como  o acesso às actividades de formação contínua.


Os diferentes níveis de educação formal

 Se aceitarmos a necessidade de força de trabalho cada vez mais qualificada e a necessidade de formação contínua (evolução tecnológica, mudanças na actividade económica e na sociedade, a importância do uso, da gestão, e administração de informações, etc.) como elementos-chave desta era Digital, a introdução de novas tecnologias nos processos de formação pode ser considerada chave para o sucesso das novas sociedades.
As diferenças no uso de redes e mesmo entre os níveis de ensino (o ensino convencional superior, poupando as distâncias, explorando o potencial das redes de forma positiva, atingiremos um sucesso extraordinário.

Este sucesso poderá ser alcançado aplicando estratégias como:

  •       ensino e aprendizagem em grande grupo;
  •       trabalho tutorial  em pequenos grupos;
  •       trabalhar sem supervisão em pequenos grupos;
  •       auto-estudo individuais no campus;
  •       auto estudo individual à distancia; etc

 Neste ponto, nós quereríamos insistir sobre o papel das TIC em duas secções distintas:

 no ensino obrigatório e no ensino universitário


Em situações convencionais de ensino e aprendizagem, a presença das TIC não envolve grandes mudanças. No entanto, estes novos meios estão integrados em modelos já existentes para enriquecer o processo educacional em duas direcções: o acesso à informação e a exploração de redes como um meio de comunicação.

A simples introdução das TIC, como um importante banco de informações, de experiências e recursos provoca grandes mudanças na maneira de ensinar, tanto nos professores como nos alunos. No caso dos alunos, tanto tenham o acesso dentro da escola ou em casa, o contacto com as redes supõe uma melhor preparação para a sociedade em que eles vivem.

Podemos dizer que grande parte desses recursos ainda não atingiu uma plenitude de nossas salas de aulas, e isso deve ter consequências em equipamentos e infra-estrutura política, mas também em professores e alunos.

Em Angola, por exemplo, se existem iniciativas para integração das TIC no ensino, a sua aplicação resta ainda ínfima.

 As diversas iniciativas que atendam às acções relacionadas com a informatização, à ligação à Internet e digitalização de escolas não são aplicadas na linha de ensino e aprendizagem ou mesmo na busca de  informações ou  obtenção de uma educação formal ou informal através delas.

Porém, de uma ou de outra forma, é importante que os educadores e as autoridades afins  tomem a iniciativa de integração, embora sem pressa e sem pausa mas passo a passo  desfrutando  do processo.

Acesso à Informação
Podemos encontrar inúmeros exemplos de informação que pode ser útil e adequada para diferentes níveis e situações de formação, as imagens de outros lugares na Terra, documentos, bases de dados de grande porte, materiais de ensino desenvolvidos em outros lugares, experiências educacionais, e assim por diante. Neste sentido, as redes constituem uma enorme biblioteca.

No entanto, o professor como orientador do programa deve saber preparar os seus estudantes de modo a poderem selecionar de uma forma obectiva os conteúdos requeridos.

Explorações das redes como um meio de comunicação

Redes são utilizadas para realizar projectos em comum, de modo que os alunos se integrem em grupos e comunidades que abrem os horizontes da sala de aula para entrar em contacto com companheiros localizados em qualquer parte do mundo. Eles também podem expandir os horizontes de nossas escolas para dar aos alunos a oportunidade de entrar em contacto com colegas de outros lugares, outros países, obtendo assim uma visão mais ampla do mundo e sua realidade.

E finalmente, contribuindo para que no mundo da educação conheçamos as vantagens de uma aprendizagem colaborativa desde que facilita a troca e partilha de informações.

Ensino Universitário

Como para o ensino universitário, as TIC devem configurar um sistema misto, que combina o ensino presencial convencional (aulas assistidas) com acções apoiadas em TIC (Videoconferência, materiais de aprendizagem através da Internet, etc) .. Isto é o que é conhecido como aprendizagem flexível e à distância.
Assim, se responde à pressão para que as universidades adoptem essas tecnologias no ensino, utilizando as TIC para prestar serviços educacionais de alta qualidade, para o acesso ao campus da universidade e aos cursos e materiais a qualquer momento e em qualquer lugar.

A multiplicidade de experiências de "ensino virtual", "salas de aula virtuais", etc.  podem ser encontradas em nossas universidades diminuindo desta forma a grande demande tanto na aquisição de material como possibilidade de aprendizagem.  Quando as universidades adoptarem o uso das TIC no ensino então será visível o nível do desenvolvimento intelectual e consequentemente o da própria sociedade.

Isto se explica no facto de que com o uso das NTIC abrir-se-ão novas possibilidades de ensino e diminuir-se-á a grande procura que actualmente se verifica no acesso às Universidades.

Na essência, tenta-se explorar o potencial das TIC para a distribuição de materiais e tutoria. Além disso, fornecer um aumento de organizações que querem explorar o potencial dessas tecnologias e formação para o mercado. Assim, a formação contínua será um dos maiores desafios para estes novos espaços educativos baseados em redes, já que devem atender as necessidades educativas que a evolução da sociedade e da mesma geração de tecnologias proporcionam.

A formação ao longo da vida
O uso das NTIC no mundo educativo abre novas oportunidades àquelas sociedades e entidades seja de modo individual ou colectivo em perpetuar a aprendizagem daquilo que se deseja, em todo momento e em qualquer lugar.

Na adopção das TIC como meio de ensino, os indivíduos poderão ter acesso à informações que os ajude a actualizar-se constantemente.

A educação e a formação permanente será facilitada na medida em que os beneficiários terão meios para busca de dados, formas de intercâmbio dos mesmos dados, e ainda possibilidade de criar informações de modo a partilhá-las com outros beneficiários cujo propósito educativo seja o mesmo.


Mitos das TIC
A velocidade com que surgem e se expandem as várias tecnologias faz com que surjam conceitos e crenças sobre potencialidades e perigos das mesmas. Isso significa que muitas  vezes, por uma questão  de confiança ou de rejeição absoluta, impede-se fazer  uma análise calma e uma reflexão crítica sobre as suas aplicações e uso. Por falta de reflexão crítica sobre sua capacidade e confiança cega em suas aplicações para resolver problemas  da sociedade, da  falta de formação  para sua  interpretação e análise, da predominância do modelo tecnológico imperante  na nossa cultura etc surgem  mitos diferentes sobre as possibilidades das TIC na sociedade.

Esses mitos devem ser levados em conta na sua aplicação ao ensino se não quisermos cair no erro de ignorar o essencial e considerar o não válido.

 Também esses mitos e crenças que estão em nossa cultura social e acadêmica sobre a aplicação das  TIC na  formação,  em muitos casos representa exageros do real  potencial que elas oferecem. Mas nem todos esses mitos surgiram com as TIC. Alguns deles foram considerados tradicionais, porque eles têm sido atribuídas à tecnologias, tanto em suas aplicações para uso geral como em sua aplicações educacionais. Outros têm surgido associados às potencialidades instrumentais que as TIC possuem. Independentemente disso, o que é certo é que revelam uma forma de compreender a aplicação das TIC na sociedade e na educação.
Mitos e crenças
Cabero, J. "Os mitos da sociedade da informação: seus impactos na Educação "Em Aguiar, MV (Ed.):. Cultura e Educação Sociedade da Informação, pp A Coruña, Netbiblo de 2002, 17-38. Consulte http://www.edukatic.com/curso/mod2/pro4/mitos.htm

Comunidades virtuais
As redes proporcionam uma  infra-estrutura para a comunicação mediada pelo  computador através do ciberespaço.

A presença virtual, se estabelece como resultado de interacções electrónicas individuais que não são restritas pelas limitações de tempo e espaço: esta é a base do que é entendido como uma comunidade virtual, que podem ser organizadas através de uma lista de discussão, de um grupo de notícias, uma comunidade virtual em si, e assim por diante. Em ambos os casos, uma comunidade virtual torna-se a experiência de compartilhar espaço com outras individualidades. Neste sentido, a Internet é uma vasta rede de computadores que fornece a cada usuário individual, uma voz em igualdade, ou pelo menos uma oportunidade igual de falar, isto é de participar na comunidade.·


Características das comunidades virtuais.
Tipos de comunidades virtuais.

Comunicação na comunidade virtual


Uma comunidade é definida em termos de comunicação: existe comunidade se houver partilha e intercâmbio de informações. Na verdade, a comunicação e a comunidade têm uma origem comum. O termo 'Comunicação' vem do latim communis (comum) ou de comunicare (estabelecer uma comunidade).
Mas, apesar de que a comunicação serve como base da comunidade, ambos os conceitos não devem ser confundidos. Pode-se comunicar com outro indivíduo, sem considerar que a pessoa seja membro da própria comunidade.

Aspectos básicos sobre as comunidades Virtuais

Falando sobre Comunidades Virtuais de Aprendizagem, referir-se  a três aspectos básicos:

Como se aprende na comunidade

Envolvimento dos alunos em actividades de grupo e a interacção entre todos os intervenientes no processo ensino-aprendizagem. Maior autonomia e responsabilidade do aluno sobre o processo de aprendizagem.

  1. As oportunidades para a criação e organização das  comunidades de aprendizagem traz avanços na área das TIC: Novas formas de comunicação que surgem a partir  das possibilidades de comunicação electrónica, novas formas de relacionamento, e assim por diante.
    Surgimento de ambientes interactivos para a educação com enorme potencial comunicativo.
    Facilidades de comunicação digital na partilha de oportunidades de colaboração, intercâmbio e comunicação.
  2. Comunidades virtuais como comunidades de intercâmbio / cooperação através de sistemas de comunicação mediada pelo computador: As comunidades de aprendizagem que utilizam as TIC utilizam muitos elementos de organização e funcionamento das comunidades virtuais que nasceram na Internet. As comunidades virtuais representam novos espaços para comunicação entre pares com interesses e objectivos comuns. Criam nova atmosfera de relações (desenvolver rede de socialização, trocas de ideias, experiências, etc. entre indivíduos e grupos). Uma comunidade virtual aparece quando um grupo de pessoas reais ou  uma comunidade real (se profissional, estudante ou um grupo interesses comuns), utiliza a telemática para manter e expandir a comunicação. O facto de que a interacção entre as pessoas pode ser feita entre os indivíduos fisicamente, mas ligadas por redes de computadores leva-nos  a falar de comunidades virtuais. Podemos encontrar muitas definições de comunidade virtual algumas limitadas a tipos específicos de comunidades.  Vejamos  Rheingold (1993), por exemplo, define como: "... A agregação social que emerge da Net, nelas ( comunidades), pessoas desenvolvem as discussões públicas por tempo suficiente, com suficiente sentimento humano, para formar redes e relações pessoais no ciberespaço ". Mesmo considerando a ambigüidade da definição, o que é certo é que as comunidades virtuais podem ser consideradas comuns, como são comunidades formadas por pessoas com base em interesses individuais e afinidades e valores. Assim, é uma comunidade virtual:



Características das comunidades Virtual

Algumas características das comunidades virtuais, de acordo com Pazos Eu Garcias e Salinas Perez (2001) são:

Acessibilidade. Vem para definir as possibilidades de interfone, e onde não basta
disponibilidade de tecnologia.

Cultura de participação. Aceitação de colaboração, de diversidade e vontade de partilhar, que determinam a qualidade de vida comunitária como eles são elementos-chave no fluxo da informação. Se a diversidade não é bem recebida e a noção de colaboração é vista mais como ameaças do que como uma oportunidade, as condições da comunidade serão fracas.

Competências disponíveis entre os membros.

O tipo de destreza necessária entre os membros pode ser comunicativa, devendo haver gestão e habilidades de processamento de informação. De fato, em Sociedade da Informação, o elemento chave é a capacidade de gerar explorar a informação do cidadão (que se torna uma combinação da disponibilidade de informações, a capacidade de acesso e habilidades para explorá-la).

 Conteúdo relevante. A relevância de conteúdo a contar principalmente com as contribuições dos membros da comunidade está intimamente relacionada com qualidade dos membros da mesma comunidade.
Pazos, M., Pérez i Garcias, A. e Salinas, J.: "As comunidades virtuais: a partir de discussão listas comunidades de aprendizagem. " De comunicação. V Conferência Internacional sobre Tecnologia, Educação e Desenvolvimento sustentável, EduTec '01, Murcia, 17-19 Setembro de 2001.


Tipos de comunidades virtuais

Entre os diferentes tipos de comunidades virtuais Jonassen, Peck e Wilson (1999) nos apresenta um  conjunto de quatro tipos de comunidades:

  • De discurso
  • De prática
  • De Construção de conhecimentos
  • De aprendizagem

Jonassen, D., Peck, K. e Wilson, B.: Learning with technology, Upper Saddle River, NJ, Prentice Hall, 1999.

Os Novos ambientes de aprendizagem

O surgimento de novos ambientes de aprendizagem só tem sentido no conjunto de mudanças que afectam todos os elementos do processo educativo (objectivos, conteúdos, professores, alunos…). As mudanças na educação, a qualquer escala, para que sejam duradoiros e possam assentar-se, requer que os afectados atendam e tenham a mesma visão inovadora para melhorar a educação. Professores, administradores, usuários, pais…, a comunidade educativa deve estar voltada na concepção e planificação da mudança desde o primeiro momento.

A percepção destas mudanças pode entender-se melhor mediante o que chamamos de construção de cenários.

  • Um cenário vem a ser a descrição, um detalhe, do que estamos concebendo ou imaginando assim como do seu significado, levado à realidade para um grupo particular.
  • Em educação, os cenários só descrevem um dia ou uma situação concreta do estudante ou do professor num contexto educativo do futuro. O processo da criação destes cenários ajuda aos implicados na planificação da mudança a ter uma melhor compreensão de todo o processo.

Descrever os cenários de aprendizagem propiciados pelas novas tecnologias nos ajudará no desenho e criação de ambientes de aprendizagem adequados a novas coordenadas espácio-temporais, aos novos objectivos educativos, etc., de tal forma que possamos compreender como as mudanças afectam os estudantes, professores, centros e a comunidade em si.

A introdução das TIC, embora não produza mudanças imediatas no sistema educativo, supõe mudanças paulatinas em todos os elementos do processo educativo: organização, aluno, currículo, professor, etc. Introduzir novos canais nos processos de ensino aprendizagem e na troca de outros elementos instrutivos e organizativos do sistema educativo pode abrir novos desafios e possibilidades.

Estes novos cenários referem-se principalmente ao impacto que a introdução das TIC tem no ensino convencional, e na consequente configuração de novos cenários para aprendizagem.

Entre a aula convencional e as possibilidades de acesso a materiais de aprendizagem de qualquer ponto através das telecomunicações existe todo uma gama de possibilidades de acesso a recursos de aprendizagem e de estabelecer comunicação educativa que devem ser considerados, sobretudo numa projecção do futuro.
De tantas possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias podemos considerar os seguintes cenários para a aprendizagem:
1. Aprendizagem em casa.
2. Aprendizagem no trabalho.
3. Aprendizagem centro de recursos ou centro de aprendizagem
recursos multimédia.
4. Aprendizagem com o uso de tecnologia ubíqua.
O fundamental no desenho de cada um desses cenários, são as características dos outros elementos do processo instrutivo e em particular, o usuário da aprendizagem. Não são os mesmos usuários (não têm as mesmas necessidades de aprendizagem, as mesmas motivações, a mesma independência, situação laborais e profissionais, as mesmas condições e disponibilidades, etc.) ou não pretendem atingir os mesmos objectivos.
Ao mesmo tempo, as circunstâncias organizacionais em que se situam cada uma desses cenários determinam o acesso a materiais de aprendizagem e comunicação educativa que se configura.

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